sexta-feira, 29 de outubro de 2010

DOCÊNCIA E INCLUSÃO (DIGITAL)


A docência e a inclusão (digital)

Na era da tecnologia,assistimos ainda hoje certa relutância dos professores em adotar os recursos da rede em sua programação de trabalho (sala de aula). Percebe-se que as práticas professorais não correspondem as demandas do novo alunado , talvez a explicação mais acertada, seria o fato de esses profissionais ainda em atividade, terem sua formação assentada na cultura do papel, àquela que correspondia um contexto histórico anterior a popularização dos meios de comunicações. Outrossim, seria a falta de adequação dessas novas técnicas à formação docente. Em outra perspectiva, acredita-se também em certo medo ou preconceito desenvolvido por alguns em detrimento as novas tecnologias. Ora, surge então um conflito entre gerações cujo palco principal seria a sala de aula, lá, emergem desafios nunca enfrentados anteriormente na academia, uma nova linguagem, novos signos e relações que tolhem as concepções de um professor obsoleto. Dessa forma, como sempre acontece na educação brasileira,o problema é do professor, cuja responsabilidade vai além do ofício professoral, sendo culpabilizado pelo fracasso pessoal enquanto professor,(e do aluno) bem como o bode expiatório do estado, que aparentemente acaba por escapar ileso desse conflito que se estabelece dentro da sala de aula. Esse, seria o modelo de uma educação neo-liberal, onde a fantasiosa gestão democrática e a autonomia escolar, transfere para a escola e profissionais que nela atuam, todos os problemas oriundos dessa relação de faz- de-conta. Mais uma vez, quem perde é o povo brasileiro que compra gato como se fosse lebre. Enquanto isso, as autoridades responsáveis pelos rumos desse país, tem seus filhos estudando em escolas no exterior, desdenhando do sofrido povo brasileiro. paradoxalmente, nota-se em tempos de campanha eleitoral, que há um discurso consensual entre os candidatos em promover a educação como o baluarte de suas metas de governo. No debate entre os presidenciáveis transmitido ontem(29-10-2010) pela globo, o tema dominou quase que inteiramente a segunda fase do embate, no entanto, como já vem acontecendo a tempos, percebe-se uma retórica com fins meramente eleitoreiro, prova disso, é a real situação do ensino público no país. Em goiás, as greves anuais na educação pública fazem parte do calendário oficial a nível de estado e município, um ciclo vicioso alimentado pelas péssimas condições de trabalho em que são submetidos os docentes. O candidato josé serra, fez referência aos exemplos paradigmáticos da Coréia do Sul e Irlanda, de como o investimento em educação têm garantias de um retorno compensatório em curto, médio e longo prazo, ou seja a educação "compensa". Mesmo que em termos econômicos e o visível objetivo capitalista de instrumentalizar o saber tendo em vista o mercado, entretanto, isso significa pelo menos em tese, maior democratização do saber. Sabendo disso, a sociedade organizada deve a todo custo, exigir de seus representantes políticos um compromisso sério de maior engajamento e responsabilidade para com os destinos da educação pública. Isso nos faz pensar em outra problemática relacionada à questão da instrumentalização capitalista da escola; as políticas de inclusão. Que nos tratados, artigos e teses, situam-na, em uma dimensão espaço-social específica; a singularidade da escola em seu contexto social, alunos, trabalhadores da educação e comunidade. O que não se deve esquecer, quando levamos em consideração a dimensão estrutural da escola é que os alunos dessas instituições públicas já se encontram em situação de exclusão. Numa perspectiva comparativa entre pública e privada, que resultados se pode esperar dessa avaliação? o óbvio é claro! uma realidade distante, antagônica, constrangedora. A moderna democracia parece ser ambígua, dualística, pois estabelece a existência de duas escolas, mas, um só mercado de trabalho. A unica solução viável para a eliminação das diferenças (leia-se, desigualdades), e estabelecer justiça social seria o investimento irrestrito na educação pública, já que eliminar a privada além de ferir os princípios democráticos, certamente seria um viés impossível, conflitante com os interesses da elite brasileira.

domingo, 18 de julho de 2010

UM TEMA INUSITADO!


Quem a paca cara compra, paca cara pagará. Ou pagará a paca cara quem a paca cara compra?

Recentemente discutimos sobre o significado da palavra “cultura” em sala de aula, entrevistamos algumas pessoas sobre o que elas entendiam do referido termo. A conclusão final após as leituras obtidas dos conceitos que cada um nos forneceu, foi que, no senso comum entende-se cultura como expressão sinônima de educação e de capital escolar. Numa outra definição apareciam os termos “manifestações artísticas”. Ora, à parte do senso comum afirma-se numa concepção antropológica, que “cultura é toda forma de conhecimento que o homem produziu e acumulou através do tempo”. Nesse aspecto, pode-se ter uma cultura material, e outra imaterial, sendo a primeira, aquilo que se percebe materializado, visível, mas, contudo dependente do imaterial, ou seja, da subjetividade do imaterial para a objetividade do material.
Cultura, como sinônimo de alta capacidade cognitiva, de capital escolar e mesmo de inteligência, estabelece princípios que marginalizam e segregam aqueles com menos treinamento intelectual, isso por vários fatores, entre os quais, a falta de recursos financeiros. Outro dia, numa aula de língua portuguesa, estudavam-se os gêneros textuais, e ao questionar-se sobre qual categoria se encontra a literatura de cordel, a professora não consegue dar uma resposta satisfatória, pois a única obtida classifica- o com a simplista expressão de “categoria popular”, e nada mais. Demonstra-se aqui, talvez não intencionalmente, certo desprezo pelas representações da “cultura popular” em contraponto a chamada “cultura erudita”, refinada, e de certa forma, o peso aferidor pelo qual se estabelece as “diferenças”. Afinal, parece ser este o termo chave, onde se materializa a segregação em todos os seus aspectos, onde o diferente é visto como anormal, sendo preciso à realização de certo “proselitismo cultural” única forma possível de “salvação dessas pobres e ignorantes almas”.
Dessa forma, discrimina-se a chamada “cultura popular”, não levando em consideração o peso das diferenças que constitui certa miscelânea cultural responsável pela construção do chamado “jeitinho brasileiro”, ora, esse é o Brasil maroto, diversificado, gostoso, por conta dos vários sabores encontrados do Oiapoque ao Chuí, nesse panelaço cultural brasileiro. Aliás, ameaçado pela cultura universal imperialista, enlatada e consumida insaciavelmente no pretexto de nutrir a uniformidade global supostamente necessária.
Portanto, qual seria o preço que dispomos a pagar pelos louros da globalização? Seria submeter-nos a um projeto civilizacional de aculturação em nível global? A história se repete, onde o mesmo projeto colocado em voga desde os tempos das grandes navegações fora responsável pela destruição de muitos povos e suas culturas nativas, onde os “descobrimentos” se tornam “encobrimentos” dos traços delineadores dos povos conquistados.
Enfim, tudo isso poderia ser parafraseado com as palavras do poeta, Cego Aderaldo, em peleja com Zé pretinho, na literatura de cordel, onde, um trava língua é responsável pela vitoria do cego.
Zé pretinho é obrigado a pagar grande preço pela arriscada resposta mal pronunciada.
— Amigo José Pretinho,
Eu nem sei o que será
De você depois da luta
— Você vencido já está!
Quem a paca cara compra
Paca cara pagará!
P.
— Cego, eu estou apertado,
Que só um pinto no ovo!
Estás cantando aprumado
E satisfazendo o povo
— Mas esse tema da paca,
Por favor, diga de novo!
C.
— Disse uma vez, digo dez
— No cantar não tenho pompa!
Presentemente, não acho
Quem o meu mapa me rompa
— Paca cara pagará,
Quem a paca cara compra!
P.
— Cego, teu peito é de aço
— Foi bom ferreiro que fez
— Pensei que cego não tinha
No verso tal rapidez!
Cego, se não é maçada,
Repete a paca outra vez!
C.
— Arre! Que tanta pergunta
Desse preto capivara!
Não há quem cuspa pra cima,
Que não lhe caia na cara
— Quem a paca cara compra
Pagará a paca cara!
P.
— Agora, cego, me ouça:
Cantarei a paca já
— Tema assim é um borrego
No bico de um carcará!
Quem a caca cara compra,
Caca caca cacará! ”.
Assim, esse jeito brasileiro de ser, poderá garantir também a sobrevivência de nossos valores, “como um trava línguas cultural”, isso se haver conscientemente o resgate e a preservação de nossa “cultura popular”.
Fábio de sousa neto.
Goiânia- go, 2010/2

AS TRÊS FRASES QUE SE OUVE NO FINAL DA FEIRA






Existem palavras fortes, aquelas que impressionam, marcam principalmente se forem ditas por alguém carismático, atraente, treinado na arte da retórica, demagogos, forjam discursos emocionantes, arrebatam frágeis corações, manipulam e sugam suas vítimas impiedosamente. São os sofistas modernos. grosso modo, como feirantes gritando as três frases mais faladas no final da feira, como arautos apregoadores, noticiando as novas, “o preço caiu, são pra levar, está tudo barato”. Quem não se lembra do “baianinho”, o garoto das Casas Bahia? Aos berros e com gesticulação frenética anunciava a barbada semanal. Aliás, inaugurou uma nova forma de se fazer propaganda, aquela voltada para as massas. O resultado era preciso, logo pela manhã a fila do caixa dobrava a esquina. É claro, tudo em “dez vezes sem juros”. Até aí tudo bem, afinal, o poder de compra do brasileiro mudou, agora dá pra comprar mais e em longo prazo, aliás, passa-se a impressão de uma onipotência capitalista sem precedentes. Ora, numa outra leitura, percebe-se um plano elitista manipulador que a todo custo, deseja levar o pobre para o matadouro a guisa de saborearem suas esperanças. A mesma falácia se nota todo tempo mesmo que sutilmente nas esferas do poder em nosso país, onde, o mesmo discurso pra vender peixe é arma nas mãos das antigas oligarquias que nunca largam o osso. Fala-se em esquerda (em referência ao parlamento francês), de movimentos pró-trabalhador etc. Mas não seria isso, outra roupagem das elites travestidas com o discurso do proletariado? (mais ou menos como a burguesia francesa), Ou melhor, procura-se alimentar o sonho dos desafortunados com a velha política do pão e circo. Pois assim, consegue-se distrair as massas desviando o foco do drama para a comédia de suas vidas. Interessante é que tais indivíduos conseguem ser tão convincentes a ponto de legitimar através do povo sua histórica dominação, é a velha “tirania” mostrando de vez e sempre sua cara.
Falando nisso, aproxima-se o período das campanhas políticas milionárias, dos shows, das carreatas, da propaganda partidária produzida por exímios marqueteiros capazes de vender o “gato como se fosse lebre”, que em um nível mais refinado, são como alguns feirantes que conseguem vender uma melancia colhida há duas semanas como se fosse fresca. Pior ainda é a conhecida balança viciada e mentirosa e mesmo que o peso esteja certo, sempre fica a impressão de que fomos enganados (evidente que nem todos são tão antiéticos assim).
Ora, diz-se que vivemos num estado democrático de direito, e o acesso ao poder, se dá de forma democrática (pelo menos na teoria), contudo, a configuração política atual revela que na esfera dos três poderes em nível sistemático os protagonistas principais são na verdade, uma aristocracia oligárquica, portanto, o povo é apenas um figurante nesse processo. Vejamos, nessa democracia representativa, nosso voto faculta algum direito de nos roubarem? E ainda, já que nos representam e conhecemos seus desempenhos, não estamos sendo coniventes e de certa forma sendo parceiros em suas atividades criminosas? Quando o voto se torna moeda de troca, isso não caracterizaria uma “prostituição política?”, mas quem seria o maior vilão deste enredo, o povo que se vende ou o político que compra? O pobre pai de família não tem muitas opções, pois o mísero salário que ganha (isso quando não está desempregado), impossibilita-o garantir as mínimas condições de subsistência familiar, não consegue prover sua casa dos víveres necessários, nem educar seus filhos numa escola de qualidade, e ainda precisa trabalhar pelo menos quatro meses ao ano só pra quitar seus impostos. É o remoto e ao mesmo tempo atual sistema de corvéia das sociedades antigas, onde o miserável trabalhador além de ter que trabalhar arduamente e em péssimas condições, pesava-lhe ainda as obrigações para com o estado, como impostos, e trabalho gratuito. No sistema feudal, as piores terras eram as suas, e as melhores as do senhor feudal (na verdade todas eram do senhor) sendo obrigado trabalhar em ambas preferencialmente nas do patrão gratuitamente.
O que é interessante na configuração atual das sociedades não são as diferenças, mas as semelhanças com as antigas comunidades, levando em consideração o peso das desigualdades em ambos os momentos históricos e o pressuposto pós-moderno de certa superioridade cultural.


Fábio de Sousa neto

Acadêmico de História PUC-Goiás.

Goiânia, 2010/2

sexta-feira, 16 de julho de 2010

ANTES E DEPOIS DOS SUMÉRIOS


Antes e depois da Suméria

Só há pouco tempo é que se deram os maiores avanços na tentativa de reconstituir os tempos imemoriáveis da pré-história, nem mesmo os tempos da escrita tinham sido descortinados e as principais fontes não eram suficientes. Ora, o passado da humanidade de certo constitui no campo da pesquisa um trabalho ainda inesgotável. Os avanços que tiveram lugar a partir do século XIX, no campo da lingüística e das pesquisas arqueológicas permitiram aos estudiosos verificar a desconhecida fase que antecedeu a civilização sumeriana, bem como sua construção desenvolvimento e desfecho final. Dessa forma, sob as seguintes perspectivas se dará o presente trabalho; o avanço das descobertas a partir do século XIX, a fase embrionária antes dos sumérios, a construção da primeira civilização sua configuração social política e religiosa e seu trágico fim.
É sabido que as primeiras ditas “civilizações” foram concebidas no chamado oriente médio (Egito e mesopotâmia). Dentre as quais, algumas conhecidas e mencionadas em documentos aramaicos, egípcios, hebraicos, gregos e afins, e isso mais detalhadamente no século XIX, a partir da decodificação dos caracteres cuneiformes por Henry C. Rawlison, e os hieróglifos egípcios por Champollion. No entanto, maior avanço se deu através das investigações nos sítios arqueológicos do crescente fértil, e claro, apoiadas nas conquistas dos lingüistas, da arqueologia, antropologia, da física quântica e outras ciências modernas. Antes disso, quase nada se sabia a respeito de povos e civilizações outrora só mencionadas nos textos bíblicos e gregos, e outros desconhecidos que adormeciam silenciosamente nos montões, escombros e areias das regiões áridas do crescente fértil. O exemplo disso tem-se; sumérios, acádios, amoritas e outras esplêndidas civilizações que ocuparam sucessivamente as regiões entre o Tigre e o Eufrates cognominada pelos gregos de “mesopotâmia”. A respeito disso fala o Dr.Samuel. N. Kramer, uma das maiores autoridades mundiais em culturas da mesopotâmia e a escrita cuneiforme que eles usaram.

"Antes que os arqueólogos começassem a escavar na mesopotâmia, quase nada se conhecia sobre os impérios que ali floresceram há 4500 anos passados. A bíblia e as obras dos historiadores gregos e romanos fizeram breves referências aos babilônios e assírios, mas a informação era vaga e contraditória. De um povo mais antigo, os sumérios. Não se sabia absolutamente nada nem mesmo o fato de que houvera existido (cradle of civilizacion, Samuel. N. Kramer, 1969,19)".

Estudá-los é em suma, um exercício compensador. Como viviam e pensavam como se dava as relações com outros povos, como se configurava a sociedade a religião, essa última, sem duvidas, foi um fator determinante na construção ideológica das sociedades posteriores.
Numa fase embrinária antes dos sumérios que foram de certo os predecessores das civilizações mesopotâmicas, isso não aconteceram de imediato. Antes, os homens nômades e caçadores, aprenderam dez mil anos atrás a viver em aldeias e vilarejos, domesticaram alguns animais e começaram a trabalhar a terra. Agora sedentarizados, contando com o trabalho conjunto e possuindo recursos razoáveis que garantiriam sua sobrevivência, desenvolveram por conta disso, idéias, técnicas e artes que os fizeram progressivamente de forma embrionária, protagonistas da primeira civilização e autores da precoce revolução urbana e econômica na mesopotâmia, que segundo Kramer; "Foram esses avanços que fizeram civilizado o homem" (cradle of civilizacion, 1969, 13). Fato interessante, é que a agricultura e a cidade não foi um fenômeno exclusivo da mesopotâmia, antes também se desenvolveu nas regiões da palestina e síria, o que foi comprovado pelos arqueólogos entre 1952 e 1958, através das investigações realizadas sobre os vestígios da antiga cidade bíblica de Jericó descoberta num monte de terra próxima ao mar morto. Sobre isso disse o Dr. Kramer

"Se a cidade surpreendia pela grande extensão, ainda maior espanto causava pelos sinais de sua antiguidade. Pois, de acordo com teste a carbono 14(que mede o grau de deterioração do carbono radioativo em remanescentes orgânicos), a maior parte da cidade deveria datar do começo do oitavo milênio a.C., ou até mais cedo (cradle of civilizacion, Samuel. N. Kramer, 1969, 13)".

Todavia, mesmo que a mesopotâmia fora ou não o palco da proto-agricultura do nascimento da cidade e da revolução econômica, foi ali que as lavouras se desenvolveram como bases sólidas para o desenvolvimento da civilização e a construção das grandes cidades.
As primeiras cidades se desenvolveram na planície entre os rios tigre e Eufrates inicialmente conhecida como suméria e depois babilônia. Ali se instalaram alguns lavradores vindos da mesopotâmia setentrional em busca de melhores terras. Que apesar das adversidades naturais como a desolação, e as enchentes inesperadas, a planície apresentava certo número de diques naturais que após as cheias acumulavam água que canalizadas ofereciam ao agricultor certa facilidade para o cultivo da terra que era rica em limo trazido pelas cheias do Eufrates. Esses primeiros habitantes da mesopotâmia foram os chamados ubaidianos, de Tell Al-Ubaid, um montículo de entulho perto de Ur descoberto há cerca de meio século. A prosperidade a iniciativa e a capacidade desses lavradores fizeram com que se multiplicassem no decurso dos séculos disseminando aldeias e pequenas cidades por toda a mesopotâmia, até que por volta do quarto milênio antes de cristo os ubaidianos se tornaram uma importante força civilizadora, sobre eles se referiu Kramer

"Os ubaidianos são na historia da humanidade o primeiro povo sobre cuja identidade étnica e conquistas culturais, temos provas lingüísticas... documentos sumerianos do segundo período deixam claro que eles não eram sumérios... Provavelmente foram os ubaidianos que deram nomes como Eridu, Nippur, Kish a algumas aldeias e vilas que depois se tornaram grandes e imponentes cidades da suméria (cradle of civilizacion, Samuel. N. Kramer, 1969,34)".

A franca ascensão e prosperidade ubaidiana, fora alvo por volta do quinto milênio antes de cristo de incursões dos nômades semitas, ora como conquistadores, ora com objetivos pacíficos de encontrar melhor sorte. No entanto, o resultado da fusão genética e cultural desses dois povos, fez brotar uma era ainda mais próspera, onde segundo Kramer, “foram lançadas os alicerces da primeira civilização autêntica do mundo”. Portanto, a construção dessa primeira civilização se deu quando seus agentes construtores chegaram à mesopotâmia por volta de 3.500 a.C, vindos provavelmente da Ásia central, e a partir do advento desse terceiro grupo se deu nova fusão étnico-cultural influenciando profundamente o curso ulterior da humanidade. No fim do quarto ao começo do terceiro milênio a.C, esse povo antigo realizou suas mais importantes criações na arte e na arquitetura, em organização social, no pensamento e no culto religioso e, sobretudo em educação e comunicação com a invenção da escrita.
O surgimento das cidades-estados sumerianas se deu num ambiente conflituoso, antes ainda, nas aldeias os conflitos se davam entre indivíduos e famílias, mais, por conta da urbanização e consequente aumento populacional, a demanda por terras cultiváveis se tornou o principal motivo de disputas sangrentas entre tais cidades. No principio, o governo era democrático exercido por um grupo de indivíduos livres, a “assembléia dos cidadãos” que por conta das disputas cada vez mais acirradas entre as cidades, deu lugar a instituição da realeza, ou seja, um líder com qualidades guerreiras capaz de guiá-los nas batalhas contra as cidades vizinhas. A partir de 3000 a.C, com a instituição dessa realeza, a história da suméria se viu envolta em sucessivas batalhas entre as cidades-estados que tinham em comum a linguagem e a cultura, cada uma perseguindo o controle hegemônico sobre a região.
A configuração política e religiosa se deu da seguinte forma; o governo sumeriano a principio se mostrava teocrático, cada cidade tinha uma divindade protetora e os governantes eram apenas seus representantes. O panteão sumeriano é numeroso, personificam as grandes forças naturais e, portanto as posições mais privilegiadas nesse olimpo sumeriano são daqueles que presidem os elementos mais importantes. A tríade mais importante é formada consecutivamente por; An, Enlil e Enki-Ea, a segunda é representada pelas divindades astrais: o sol, a lua e o planeta Venus. E logo em seguida se encontra a esfera dos demônios.
Sobre a teocracia sumeriana de como os reis governavam em nome dos deuses, Adam Watson se refere a uma inscrição da coleção de Yale gravada num cilindro de argila em lagash, onde se diz:
"Enlil, o rei de todas as terras e o pai de todos os deuses, demarcou uma fronteira para o deus de Lagash e o deus de Umma por decreto. O rei de Kish mediu-a segundo as palavras do deus dos acertos legais e lá erigiu um marco de pedra. Um rei de Umma violou o decreto de Enlil e a palavra do rei de Kish e eliminou o marco e penetrou no território de Lagash. Então o deus de Lagash que era o principal campeão de Enlil, lutou contra os homens de Umma para manter o claro decreto de Enlil"...

Interessante era o caso onde a cidade mediadora e seu grande rei, caiam enfraquecidos e se já não fosse forte o suficiente pra servir como árbitro, então outras cidades formavam alianças e derrubavam a realeza pela força, então outra cidade assumia tal prerrogativa e seu rei tornava-se o moderador das cidades-estado sumerianas. Quando isso ocorria, era o tal fato acrescentado a história dos deuses, onde a queda da cidade vencida era relacionada ao enfraquecimento de seu deus e a ascensão de outra como o fortalecimento de sua divindade e consequente domínio do céu. Sobre isso fala Watson da seguinte forma

"A religião de estado dos sumérios legitimava os regulamentos de cada cidade-estado-templo por seu rei-vigário e os regulamentos correspondentes das relações entre as cidades da sociedade suméria confederada pelo detentor da realeza geral (a evolução da sociedade internacional, Adam Watson, 1986,45)".
De fato, as consecutivas batalhas travadas entre as cidades-estados levaram ao enfraquecimento da suméria, o elam já se mostrava um inimigo perigoso desde a época do lendário rei Gilgamesh. As sangrentas investidas deste conflito interno fragmentaram de tal modo a suméria que ela se tornou vassala dos reis elamitas, somente um século após Gilgamesh foi que a suméria se viu livre de seu tradicional inimigo. E seu heróico salvador foi Lugalannemundo, rei da cidade de Adab, ele derrubou a dominação elamita e reconciliou as cidades-estados projetando-se muito além dos limites da suméria derrotando inúmeros reis e controlando quase todo o antigo oriente próximo. No entanto após a morte do grande rei a suméria se viu novamente nesse círculo vicioso de queda e dominação das diferentes cidades-estados até que o poderoso chefe militar Sargão, filho de semitas, o povo que começou a se infiltrar na mesopotâmia desde os tempos pré-históricos dos ubaidianos. Sargão se tornou copeiro do rei sumeriano Ur-Zabuba, e não se sabe como, este foi deposto pelo primeiro, todavia, após arrebatar o trono das mãos de Ur-Zabuba reuniu toda a suméria e a metade setentrional da mesopotâmia numa única nação e sob uma autoridade suprema constituiu um império que iria durar cerca e duzentos anos. Do tempo de Sargão em diante por conta das terras ao centro sul da mesopotâmia onde ele edificou nova capital chamada de Acad, a língua semítica falada na região bem como o período histórico que o denomina passou a se chamar acádio.
Após a morte de Sargão seu império de desintegrou, apenas seu neto, Naram-Sin provou por algum tempo ser um governante a altura do grande rei guerreiro, no entanto, a chegada dos gutianos, um povo bárbaro que vivia nas montanhas ao nordeste deu o golpe fatal no império fundado por sargão e seus governantes semíticos. Ao que parece só Lagash floresceu nesses penosos dias, e isso porque seus governantes se dispuseram a colaborar com os gútios e após um século de dominação gutea um libertador de levantou em Erech, a cidade de Gilgamesh, este foi Utuhegal, que aniquilou os guteos e libertou seu povo. Depois de governar apenas sete anos como chefe supremo, seu trono foi usurpado por seu general Ur-Nammu que recuperou parte da antiga glória sumeriana e seu código de leis descoberto recentemente precedeu mais de três séculos o celebrado código de Hamurabe na babilônia e mais de um milênio as leis dadas por Moisés, o legislador hebreu.
Sobre o trágico fim dessa civilização, e seus últimos momentos, justifica-se que depois da morte do “primeiro legislador conhecido na história”, como afirmou Kramer. Shulgi seu filho governou por 48 anos, foi próspero em seus projetos, e durante seu longo reinado e de seus sucessores recuperou e controlou um império quase tão grande quanto o de Sargão I. A dinastia de Ur-Nammu só caiu com Ibbi-Sin, o quinto rei da dinastia, enfrentando os tradicionais inimigos, o Elam, somado a novos oponentes, os nômades semitas da síria e Arábia, os amoritas, viu seu governo ameaçado internamente quando um dos seus generais abandonou sua lealdade tornado-se senhor de Isin e de outras cidades. Então durante algum tempo a suméria foi governada por dois reis em rivalidade. O retorno da doença crônica sumeriana- a rivalidade interna- somada a pressão dos inimigos externos debilitou novamente o pais e por volta de 2000 a.C, o elam entra novamente em cena, atacam Ur e levam cativo seu rei, decretando o fim da suméria como potência. Em seguida os amoritas expulsam os elamitas, se fixam na babilônia e varre os sumérios como entidade étnica. Um poema dos últimos dias da suméria reflete a catástrofe que se deu como se fosse o epitáfio daquela que fora uma esplendida civilização

"Em que lei e ordem deixaram de existir...
Em que cidades foram destruídas, casas derrubadas...
Em que os rios fluíam como águas amargas...
Em que a mãe já não velava pelos filhos...
Em que a realeza fora banida do país...
Em que sobre as margens do tigre e do Eufrates só brotavam plantas enfermiças...
Em que ninguém seguia pelas grandes estradas, ninguém procurava os caminhos...
Em que cidades bem erguidas e aldeias se reduziam a ruínas...
Em que o profuso povo de cabelos negros foi submetido a clava...
Se a sorte ditada é imutável, quem poderá transformá-la?"
Por fim, sob as premissas anteriores, observa-se, que assim como o surgimento da exótica civilização sumeriana se deu num contexto de miscigenação étnico-cultural com povos diversos, especialmente ubaidianos e semitas, o mesmo se deu com sua queda, sendo o principal fator as constantes lutas internas pela hegemonia entre as cidades-estados e as incursões elamitas e amoritas. Contudo a força de sua influência cultural se observou nas civilizações seguintes e sobre praticamente todos os povos da mesopotâmia e crescente fértil.
Fábio de sousa neto.
Goiânia, 2010/2

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O mundo de Elomar

O mundo de Elomar

Em caráter de urgência, fala-se nas mudanças necessárias à escola contemporânea. A quebra de alguns paradigmas a partir do século XIX, somados as transformações sócio-econômicas no século XX, entre outros, levaram alguns teóricos repensar os modelos tradicionais de educação existentes. Ora, pesa também o fato de que a sociedade transfere para o professor a responsabilidade de dar uma resposta aos dilemas educacionais, como se fosse o único culpado pela falta de adequação didática ante as exigências do novo alunado. Prova disso, são as análises de Esteve (1999), sobre o mal-estar vivido pelos docentes europeus no final do século XX, gerado por diversos fatores entre os quais, a velocidade da criação e de socialização de informações.

Por conta disso, exige-se que o professor seja um ser biônico capaz de dar respostas nos campos dos vários saberes além de sua especificidade. Nesse mar de informações muitas vezes inseguras a disposição do incauto discente, inclusive a cultura enlatada de consumo capitalista, subproduto de um projeto midiático e alienante em larga escala, nota-se isso, inclusive, pelo empobrecimento da linguagem onde o “correto” é substituído pelo “ok”, o nacional pelo importado, o nosso pelo alheio. Onde a cultura regional é preterida pela admiração cega da cultura estrangeira. Aqui não cabe uma apologia nacionalista de repúdio a outras culturas, e sim uma crítica ao esquecimento ou desinteresse pela nossa, que de fato, constitui nosso maior pecado, que na fala de Simões; “Hoje, a mídia se incumbe de difundir um padrão construído pela metrópole e, assim, vai destruindo tudo o que remete às origens, por parecer atrasado, ruim, sem prestígio (SIMÕES, Darcília. Língua e estilo de Elomar, 2006/18).

Desde o começo do primeiro semestre de 2010, na faculdade de história da PUC Goiás, nas aulas de antropologia com o professor Dr. Altair Sales, vários temas foram propostos à turma, como: “De baixo da saia da irmã da sua mãe, tem o animal”. “Vim de longe truz, truz, rondeais, culpiais, cantores”. “Quem a paca cara compra paca cara pagará, ou pagará a paca cara quem a paca cara compra?”. E por último, “O inxavido do saqué qui cuati quá qui caçote boto o bico e bato um bote o qui é qui o saqué qué?”. Devido ao caráter inusitado dos temas, de inicio, causou boa medida de pânico entre os discentes. Mais tão logo, se deu as primeiras investigações, observou-se que, além da teoria ministrada em sala, digamos, numa visão antropológica geral, a didática do Dr. Altair, nos lançou ao exame do homem brasileiro, suas tradições, sua linguagem, a arte, a vida do sertão, reiterando o que dizia Bakhtin, “Os três campos da cultura humana – a ciência, a arte e a vida – só adquirem unidade no indivíduo que os incorpora a sua própria unidade (Bakhtin, 2003: XXXIII)”.

É claro, que isso é só o começo de um despertar, um primeiro olhar no sentido de se valorizar as riquezas imensuráveis de um povo “pé no chão” com raízes na terra natal, e consequentemente um campo fértil de pensamentos e criatividades. Aliás, essa foi a tônica do professor Altair, “use a criatividade”, e disso está cheio os artistas do sertão.

Sobre o último tema, um trecho de uma obra do poeta, cantador, trovador, como dizia Vinícius de Morais, de “um príncipe da caatinga”, Elomar figueira de melo. Sobre sua obra, fala, André Crim Valente, Doutor em Letras Vernáculas (UFRJ), “No princípio, era o canto. O canto se fez em poesia. E a união de ambos gerou a obra elomariana”. Nela aparecem, arcaísmos, regionalismos e neologismos que enriquecem as canções de Elomar. Destacam-se formas arcaicas como lijera (ligeira), li (lhe), u'a (uma), oro (ouro); formas regionais como adonde (aonde), derna (cruzamento de desde que + na), amiã (amanhã), fulô (flor), inté (até), véia (velha); formas neológicas como mãincença (=manhecença, para o processo de amanhecer), cavandante (cavaleiro +andante), improibi (antítese de proibir), deserança (des + herança). Nesse sentido percebe-se uma aproximação com o autor de “grande sertão: veredas”, Guimarães rosa, dono de uma linguagem peculiar que valeu inclusive uma anedota que dizia: “para valorizar-se diante de um editor, um tradutor empostou a voz e declarou: -Domino várias línguas – inclusive a de Guimarães Rosa”. E que segundo darcília Simões, “Tomando os dois exemplos, Ambos dedicam-se à produção de textos escritos que possam funcionar a um só tempo como registro da variedade idiomática nacional e documento histórico-antropológico da cultura brasileira”.

Dessa forma, vem-nos a mente certo rompimento com a hegemonia cultural litorânea construída e supervalorizada historicamente, e a necessidade de adentrar o interior do país em busca de uma cultura menos afetada pelas mídias, sobre isso fala o jornalista Dioclécio luz

Com a mídia ocupada no fugaz, no trivial, a alternativa inteligente para o Brasil é um artista que seja raro, único, criador do belo e eterno. Porque eles passarão; Elomar, passarinho, ficará. Há uma angústia cercando o país. Tão rico em arte, tão farto em cultura, vive ilhado entre a moda e o modismo, olha para o futuro e não vê. A biodiversidade nacional parece que não existe quando se liga a televisão ou a rádio modernosa. Onde foi parar o que de melhor o Brasil tem? Cadê a nossa cultura tão larga e volumosa? Morreu? Não. Ocultaram-na. É hora de descobrir o Brasil mais uma vez. É preciso que o Brasil revele seus tesouros culturais. Elomar é a cultura que nos cabe. Por uma questão de sobrevivência: sem cultura não temos alma, não somos nada. É hora de espalhar a alma brasileira pelos sertões, litorais e campos gerais, cerrados e praias, pampas e pantanais (Dioclécio Luz).

Nos dois casos, estamos nos referindo ao sertão baiano e mineiro e nos remete a fala do Dr. Altair Sales

“No Brasil nós temos três grandes laboratórios populares, um é o sertão do nordeste, outro é o vale do Jequitinhonha e o outro é a região de Correntina, em função de essas áreas estarem isoladas do contexto global durante muito tempo.... e em função disso, ficou preservado vários valores que dificilmente são vistos em outras sociedades” ( faixa 10 do cd n°6 da série “Bahia singular e plural/Casa de vó produções audiovisuais. Leandro Caetano”)”.

Falando em explorar características culturais não afetadas pela globalização, segundo Darcília Simões, “um dos caminhos possíveis é voltar a atenção para o cancioneiro do interior. Desde Catulo a Dominguinhos temos um quase virgem manancial a explorar”. No caso de Elomar, duas tendências distintas se observam em seu cancioneiro: a retomada de temas religiosos e medievalizantes, e a preocupação com retratar o sertão, sua paisagem sócio-histórica e sua gente. Na primeira percebe-se o uso da linguagem formal padrão e o resgate das formas antigas da língua; na segunda, a linguagem local espontânea, o retrato do sertão brasileiro. Em ambos os representantes dos sertões, Elomar e Rosa, respeitando suas características peculiares, um dos fatores que os aproxima, é a relação com as palavras nos arcaísmos, neologismos e regionalismos bem como seus interesses em reproduzir a vida do sertão. Daí, o mundo de Elomar estar em contraste com a cidade, avesso a urbe e o que ela representa.

“Eu não tenho contato com o campo: eu vivo no campo. Nasci e me criei nele, de forma que todos os valores campesinos, campônios, bucólicos, pastoris, agrários, fazem parte da minha vida, porque sou deste universo... Desde que eu me entendi por gente, novinho, muito cedo eu descobri que a vida urbana, que o processo, o desenvolvimento urbano, o desenvolvimento técnico, a mentalidade tecnicista do século XX, ela é prejudicial (MELLO, 2010b)”.

No entanto, na obra elomariana, percebe-se um diálogo entre as culturas ditas contrapostas, a do campo e a da cidade, entendendo que não há cultura superior, a erudita versus popular, daí o poeta se considerar um observador dessa suposta dualidade, e capaz de interpretá-la ao seu modo

“Eu me vejo como um historiador, um cronista que, a cavaleiro, percebe a bramura que existe entre essas culturas contraponentes, paradoxais, da sociedade roçariana versus cultura da sociedade urbanoides (MELLO, 2010b)”.

Nessa concepção, após o rompimento do conceito de uma cultura superior, e isso a bem pouco tempo, hoje se vê (pelo menos em tese), rechaçado esse pré-conceito no meio acadêmico. No entanto, tais expressões culturais basicamente só encontram admiradores, e aqui reside certa ambigüidade, nos meios intelectuais ou sertanejos, ficando de fora o desejo das massas, que nunca estão interessadas em questões intelectuais, é apenas consumir o “espetáculo”:

Nenhuma força pôde convertê-las à seriedade dos conteúdos, nem mesmo à seriedade do código. O que se lhes dá são mensagens, elas querem apenas signos, elas idolatram o jogo de signos e de estereótipos, idolatram todos os conteúdos desde que eles se transformem numa seqüência espetacular (BAUDRILLARD, 1985. p. 14-15).

Portanto, olhando o quadro com otimismo, uma centelha de esperança nos aparece, quando pensamos na possibilidade de uma democratização da cultura que se manifesta nesses dois meios, quem sabe instrumentalizada pela máquina que hoje se ocupa em sistematizar a alienação cultural, os meios de comunicações em massa, embora seja uma proposta quase utópica. Resta-nos no momento, a exemplo do Dr. Altair Sales Barbosa, participar desse processo, despertando em nossos pares, semelhante interesse em se perceber um mundo quase desconhecido, o de Elomar, dentro do kosmos numericamente mais amplo, o das massas.

Conclusão

Eis aqui uma sugestão aos professores brasileiros, frente a demanda por uma didática que corresponda os novos rumos da educação, a universalização cultural pela globalização que exige do docente uma missão quase impossível, uma resposta aos dilemas educacionais fruto das transformações sócio-culturais da pós-modernidade. Que se apregoe a necessidade de se auto-conhecer como ponto de partida para experiências posteriores no que diz respeito às interações culturais, conhecer as manifestações culturais da própria terra é imprescindível, como dizia a frase em delfos que viria nortear a vida de Sócrates, “conhece-te a ti mesmo”.

Fábio de Sousa neto.

Goiânia, 2010/2

BIBLIOGRAFIA

SIMÕES, Darcilia. Elomar, a língua e o estilo do português do Brasil. Projeto aprovado pelo mérito no Prociência/UERJ, 2003. [61p.].

MARTINS, gaioto Alexandre. Monografia;A presença do hibridismo cultural na trajetória de

Elomar figueira mello: o “imbuzêro das bêra do rio”MARINGÁ /2009.

ROSA, João Guimarães. Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.